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Tendo vivido uma infância pobre no Sertão da Região Nordeste do Brasil, Arthur Lins de Vasconcellos Lopes, por volta dos vinte e um anos de idade fixou-se em Curitiba onde conheceu a Doutrina Espírita, passando a frequentar a Federação Espírita do Paraná (FEP). Em 1916, com 25 anos incompletos, foi eleito Presidente da FEP, instituição da qual foi Secretário Geral por cinco vezes e Presidente por seis mandatos, num período de dezoito anos.

Lins de Vasconcellos retratoEntre as suas iniciativas no período destacam-se, a integração da FEP à Liga Brasileira contra o Analfabetismo, a realização do II Congresso Espírita Paranaense, além de notável atuação no campo da assistência social. Ainda em Curitiba, onde constituiu família ao desposar Hercília César de Vasconcelos Lopes, enfrentou momentos difíceis. Em 1930, decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro, sendo eleito presidente honorário da FEP, em homenagem aos relevantes serviços prestados à instituição. Na então capital do país, Lins de Vasconcelos conseguiu firmar-se econômica e socialmente, amealhando fortuna, ao fundar a Companhia Pinheiro Indústria e Comércio, empresa do ramo madeireiro.

Por volta de 1938, em viagem de passeio a Curitiba, Lins de Vasconcelos propôs-se entrar com recursos significativos para o reinício das obras do atual Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, tendo mantido sua colaboração econômica até à inauguração do mesmo. Empenhou-se na realização do I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil. Foi uma de suas principais figuras. Em fevereiro de 1949, fundou a Ação Social Espírita, instituição que se destinava ao trabalho social do Espiritismo em todos os seus aspectos e sob todas as formas. As finalidades dessa instituição estão condensadas nos vinte e cinco itens inseridos na edição de 12 de Março de 1949, do “Mundo Espírita”, abrangendo, desde o auxílio às sociedades espíritas até ao estímulo às Artes e à Ciência. Ainda em 1949, quando dos preparativos para a realização do II Congresso Espírita Pan-Americano, que se reuniu no Rio de Janeiro, foi chamado para participar da Comissão Organizadora. No discurso que proferiu diante dos representantes das nações americanas, destacam-se os seguintes trechos, ilustrativos de sua motivação:

“É belo dulcificar o coração, é mesmo grandioso e até sublime, mas é sensato iluminar o templo para que os morcegos não o invadam, fazendo do Espiritismo um instrumento de cegueira ou um anestésico para as horas de dores.”

“No Brasil, o Espiritismo tomou um franco aspecto de aplicação social e exemplificação evangélica. E a tal ponto isso vem ocorrendo que as sociedades, antes de terem sede própria, já estão fundando creches, ambulatórios, orfanatos, abrigos, lares, albergues, hospitais, amparos, etc. Fazem isso com ardor evangélico e pouca preocupação de instruir e fazer adeptos. Conquistam o coração e desprezam o entendimento, deixando o convertido na superfície com risco de submergir ao embate da primeira procela.”

“Não deixa de ser caridade auxiliar os pobres com pensões, isso é incontestável. Mas entre um benefício dessa ordem, passageiro, exclusivista, e um outro de feição geral concretizada em obra perfeitamente consolidada e transmissível à posteridade, a diferença é tão grande que se assemelha à penumbra comparada com a luz.”

Aplicou boa parte de sua fortuna pessoal no movimento espírita, tendo deixado obras em diversas cidades brasileiras, assim como financiado diversos eventos ligados ao movimento espírita. O patrimônio da FEP, por exemplo, iniciou-se quando Lins de Vasconcelos, em seu testamento, lhe legou a metade da meação do seu patrimônio.

O Colégio Lins de Vasconcelos, outro de seus legados, foi recentemente alienado pela diretoria da FEP, sob a alegação de prejuízos financeiros. No testamento de Lins foram ainda agraciadas, com quantias em dinheiro, todas as entidades federativas regionais existentes, inclusive a Liga Espírita do Brasil.

Tendo desencarnado na cidade de São Paulo, foi sepultado no Jardim em frente ao Pavilhão Administrativo do Sanatório Bom Retiro, no bairro do Bom Retiro, em Curitiba, conforme sua vontade manifestada em vida. Seu túmulo encontrava-se nos jardim do Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro até 2012 e em virtude a venda e demolição do imóvel, seus restos mortais foram transferidos para a cidade de Balsa Nova, para o espado da Federação Espírita do Paraná.

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